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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PARVOVIROSE ou GASTROENTERITE HEMORRÁGICA

INFORMAÇÕES SOBRE UMA DOENÇA FATAL E EXTREMAMENTE CONTAGIOSA AOS CÃES.


A Parvovirose é uma das viroses mais conhecidas no meio veterinário e mais contagiosas entre os cães domésticos, sendo também chamada de Enterite Canina Parvoviral. Surgiu nos Estados Unidos e na Austrália em 1978 e atualmente existe no mundo inteiro. É causada por um vírus da família dos Parvoviridae, muito resistente no meio ambiente. As espécies sensíveis são exclusivamente os cães.
Ataca mais cães jovens do que adultos, pelo fato destes últimos serem mais resistentes pela imunidade naturalmente adquirida.

Apresenta alta mortalidade, cerca de 80%, principalmente entre cães jovens e de raças puras ou animais fracos ou debilitados por verminoses ou outras moléstias, inclusive carenciais.

Existe uma pequena possibilidade de infecção no homem pelo parvovírus aparentemente combinado com outros adenovírus, causando alterações no trato respiratório superior e olhos.
Entretanto, no homem não há gravidade e consequências que se apresentam para os cães.
Depois de três ou quatro dias após a infecção, começa a fase crítica onde começam a aparecer os sintomas.
Em geral, esta doença traduz-se por uma gastroenterite hemorrágica.

SINTOMAS



No cão, a doença se estabelece principalmente no aparelho digestivo, provocando elevação da temperatura, podendo atingir 41ºC, e em animais mais velhos pode ocorrer diminuição da temperatura. Além disso, alguns animais apresentam uma gastroenterite hemorrágica. Nessa fase o animal se torna sonolento e sem apetite, logo após tem início o vômito e diarreia escura com sangue e odor fétido. Alguns animais apresentam também tosse, além de inchaço nos olhos ou inflamação da córnea (conjuntivite).
 
O c
oração do animal também se inflama (Miocardite), principalmente quando o animal é jovem, causando morte em geral repentina de evolução rápida, às vezes em questão de dias ou até horas.
A medida que a doença evolui, a temperatura geralmente volta ao normal, antes de se tornar subnormal, quando então o animal morre por choque.
A evolução da doença pode ser hiperaguda, na qual o cão se desidrata de forma muito significativa e morre em dois ou três dias, e aguda, com diminuição do volume sanguíneo, ocasionada pela diarreia e vômitos. Neste caso, as infecções bacterianas suplementares levam o animal à morte em cinco a seis dias.


RECUPERAÇÃO

Durante a fase de recuperação, os sinais clínicos regridem rapidamente dentro de 5 a 10 dias depois de seu aparecimento. É possível que cães recuperados possam apresentar a forma miocárdica em uma idade mais avançada, devido às lesões iniciais causadas no músculo cardíaco. Normalmente, aqueles que conseguem ir além do quinto dia curam-se rapidamente.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico deve ser feito também através de exames laboratoriais, pois existem algumas verminoses e intoxicações que podem ser confundidas com a parvovirose, se muito intensas.
Uma vez diagnosticada a Parvovirose, o animal doente deve ser isolado de outros animais.

TRATAMENTO

O tratamento dos cães acometidos deve ser feito na clínica veterinária e consiste basicamente na aplicação via parenteral e mesmo oral de soluções isotônicas de sais minerais, glicose e vitaminas ajudando assim na recuperação do animal e prevenindo sua desidratação pelos vômitos e diarreias que são frequentes e profusos, durante a evolução da doença. Antibióticos devem também ser administrados para prevenirem ou combaterem as infecções secundárias que se associam à virose, não tendo entretanto, qualquer ação contra o vírus causal. Antieméticos e antiácidos também são usados na recuperação do animal.
O tratamento, como no caso de outras viroses, visa dar suporte aos animais para que eles consigam reagir. O período de incubação pode chegar a 12 dias e o animal que sobreviver à doença ficará imunizado temporariamente.

PREVENÇÃO

Para a prevenção da virose existe vacina especificamente preparada por cultura do vírus em ovos embrionários, vacinas essas que conferem imunidade satisfatória, sendo tais vacinas classificadas como de vírus vivo atenuado por passagem em meio de cultura.

IMUNIZAÇÃO

A vacina contra a Parvovirose deve ser aplicada de preferência nas fêmeas antes da cobertura, pois terão sua imunidade aumentada para que durante a gestação tenham a oportunidade de através da placenta conferirem a seus futuros filhotes uma razoável imunidade passiva.
Posteriormente ao parto, durante a amamentação, tal imunidade conferida pela vacina aplicada na mãe será transmitida aos filhotes recém-nascidos, pelos anticorpos contidos principalmente no primeiro leite, o colostro, protegendo então os filhotes contra a doença até que tenham idade suficiente para que possam ser imunizados com a mesma vacina. A primeira dose da vacina deve ser aplicada nos filhotes 15 dias após o desmame, por volta de 45 dias de vida.
Revacinações anuais são também recomendadas, tanto aos filhotes quanto aos animais mais velhos susceptíveis de também virem a contrair a doença.

No caso de alguém que tenha perdido recentemente um animal pela doença, recomenda-se que um novo cão somente seja trazido para o mesmo ambiente contaminado após um período de tempo que permita, não apenas que o novo cãozinho tenha adquirido a imunidade necessária para sua proteção como também a desinfecção do ambiente contaminado. A desinfecção doméstica ainda é um problema muito sério em relação ao parvovírus, o qual é altamente resistente, principalmente em ambientes que não recebem sol diretamente.

A parvovirose não deixa sequelas e o animal curado ganha peso e volta a se desenvolver. Porém, apesar de contarmos com recursos como soro e plasma hiperimunes, que conferem ao animal anticorpos já prontos no tratamento da parvovirose, ela é uma doença que ainda mata muitos filhotes. 

  

Junior X Parvovirose (ou Gastroenterite Hemorrágica)

Parvovirose: doença extremamente perigosa 



PARVOVIROSE TEM CURA! 


A todos aqueles que conheceram de perto essa doença terrível.

UMA HISTÓRIA REAL DE AMOR E SUPERAÇÃO

Tudo começou numa quinta-feira, dia 16 de dezembro de 2010.

1º dia (Sexta-feira, 17 de dezembro de 2010): Eu estava ocupada demais com meus problemas pra prestar atenção no Junior. Primeiramente, quem é o Junior? O Junior é nosso labrador preto nascido em agosto de 2010, portanto, com 4 meses. O Junior sempre foi um cachorro alegre, brincalhão, que gostava de pular, correr, chegava a ser bobo demais porque as brincadeiras dele às vezes machucavam.
Nesse dia estava chovendo. Eu estava na sala assistindo filme e pensando nos meus problemas. Em um certo momento, fui até a lavação que fica separada da casa pelo quintal. Quando me aproximei da porta, me deparei com uma sujeira estranha, algo que eu nunca tinha visto antes. À princípio fiquei sem reação, olhando para aquela sujeira e tentando entender o que era. Pensei que fosse vômito mas era líquida demais. E tinha um cheiro esquisito. Pensei então que poderia ser diarreia, mas como ela foi respingar na parede? Pensei que talvez fosse a chuva que tivesse batido nela e a respingou na parede. O Junior estava meio triste mas não notei nada mais que isso. Pensei que ele tinha comido algo que fez mal, ou poderia ser vermes.
À noite o meu marido, chegou e o Junior não saiu correndo para recebe-lo como de costume.
Notei que o Junior estava sem apetite.

Foto 01

2º dia (Sexta-feira, 17 de dezembro de 2010): Pela manhã percebi que ele continuava deprimido e sem vontade de comer. Meu marido saiu para trabalhar e pediu que eu ficasse de olho no Junior. Ele chegou a conversar com uma veterinária que disse que poderia ser vermes e fez ele comprar um remédio. Instantes depois vi o Junior vomitar tentando esconder. Ele estava babando uma espuma branca. Liguei pro meu marido que pensou que ele tinha sido envenenado. Voltou pra casa e decidiu leva-lo ao veterinário. Saiu a procura do mais próximo que encontrou. E teve sorte. Encontrou um veterinário atencioso e muito humano, diferente de tantos outros que só pensam com o bolso, como a veterinária que ele conversou e que queria cobrar a consulta (sendo que ele presta serviços para ela). Fazer o quê? O mundo está cheio de pessoas gananciosas que pagam caro em uma faculdade de veterinária e que depois querem cobrar isso dos clientes, se justificando pelos anos de estudo. Esse veterinário, Dr. Ricardo, porém, não cobrou a consulta, apenas o soro e os medicamentos que deu na veia do Junior. Tirou a temperatura, disse que ele estava com febre. Logo deu o diagnóstico: Gastroenterite Hemorrágica ou mesmo Parvovirose. Disse que o estado dele era grave, que vários cachorros que ele atendeu nos últimos dias com essa doença, não resistiram. Disse também, que ele poderia morrer nas próximas horas ou dias ou sobreviver. Tudo dependeria da reação do organismo dele e dos cuidados. Receitou alguns remédios: Bromoprida (4X ao dia ou até parar o vômito), Omeprazol (1X) e Curinfec (2X ao dia). Mandou suspender a água e ração dele. Disse que ele deveria ficar em jejum por 24 horas e depois era para fazer soro caseiro e dar a ele. O quadro dele foi piorando durante o dia. No momento que fui dar um dos remédios, ele saiu correndo defecando pela escada que leva ao terraço. Era uma diarreia muito líquida, marrom-avermelhado (foto 01) e com um cheiro muito forte. Imediatamente, limpei a escada. Comecei a ficar preocupada e perceber a gravidade. Pensei que ele não resistiria e que a qualquer momento morreria ali na minha frente. Comecei a chorar, mas mesmo assim, eu dizia a ele que ele iria melhorar. 
 

3º dia (Sábado, 18 de dezembro de 2010): Pela manhã, fervi água para fazer o soro caseiro já que não tínhamos água mineral em casa. {Receita de soro: 1 litro de água + 1 colher (sopa) de açúcar + 1 colher (chá) de sal}. Coloquei em dois potes e deixei perto dele pra ele tomar a hora que sentisse sede. Ele continuou deprimido, fraco, vomitava muito, principalmente após darmos remédio a ele.
Cheguei a fazer a comida que o veterinário receitou: arroz, frango e batatas, mas ele não quis comer.
Comecei a ficar preocupada. À noite choramos muito. Era dolorido ver o o meu marido abraçando o Junior e chorando. Eu desejava que eu tivesse pego essa doença no lugar dele.

4º dia (Domingo, 19 de dezembro de 2010): Pela manhã, tive um pingo a mais de esperança quando o vi andar rápido até o portão para receber o meu marido.  Mas depois ele vomitou de novo. Ele tomava soro, e vomitava, tomava remédio, e vomitava. Fui perdendo as esperanças.
Eu chorava ao pensar que estava se aproximando o Natal e que eu havia comprado presentes a ele que talvez ele não teria tempo de brincar com os presentes (1 jacaré de látex e 1 bolinha).
Mas à tarde, decidi que não desistiria dele. De hora em hora por várias vezes, eu ia vê-lo. Procurava sempre alegrar ele, mesmo vendo aquela carinha triste que parecia me dizer: “Estou com dor. O que está acontecendo? Acho que vou morrer”. Às vezes parecia que ele dizia com o olhar que queria morrer mas eu dizia a ele que ele tinha que ser forte, que ele ia sair dessa, que se eu pudesse, eu queria estar no lugar dele. Eu dizia: “ Você vai melhorar, vai ficar bom, vai me incomodar muito ainda, vai correr, brincar, pular, vai me dar trabalho...”
Percebi que ele estava com calor e resolvi passar um pano molhado nele. Parece que ele gostou. Nesse dia ele começou a se interessar por água, não queria mais soro.


5º dia (Segunda-feira, 20 de dezembro de 2010): Voltei a ficar preocupada quando amanheceu o dia e vi que ele teve diarreia de novo, após 3 dias. Resolvemos leva-lo ao veterinário. Dissemos ao veterinário, Dr. Ricardo, que queríamos interna-lo e ele disse que não aconselhava, que 60% do tratamento, é com carinho e acompanhamento dos donos. Disse que se nós levássemos ele para internar, ele ficaria sozinho, com pessoas estranhas, que era melhor ele ficar em casa, com os donos por perto. Falamos que ele não queria mais tomar soro, então, o Dr. Ricardo puxou a pele do Junior e disse que ele estava hidratado. Disse que os cachorros que morreram estavam três vezes pior. Aplicou soro e medicamentos via parenteral e disse que esse era o dia mais crítico. Conforme li mais tarde na internet, “o animal que não morrer no quinto dia, viverá”. O veterinário disse pra dar água de coco a ele, nós compramos mas ele não quis tomar. Fiquei cuidando dele. Dei remédios, cantei pra ele, deixei um rádio perto dele tocando músicas calmas... Ele vomitou duas vezes, uma logo que chegamos em casa e outra depois que tomou água.

6º dia (Terça-feira, 21 de dezembro de 2010): meu marido levantava todas as madrugadas desde que começou essa doença, para ver o Junior. Nessa madrugada, ele levantou e teve uma surpresa. Uma surpresa boa. O Junior estava com fome. Descongelou a comida que eu tinha feito, esquentou e deu a ele. Veio me acordar pra dizer, todo feliz, que o Junior estava com uma fome de leão. Eu não quis levantar, mas imediatamente, fiz uma oração em agradecimento a Deus. Todos os dias eu costumava orar pelo Junior. Pela manhã, esquentei mais comida. Procurei não dar muita comida porque imaginei que o estômago dele estava muito debilitado ainda da doença. Liguei para o Dr. Ricardo e contei a novidade. Ele disse que o Junior estava indo no caminho certo, disse pra manter os remédios, menos Bromoprida que é para vômito. Durante o dia ele foi apresentando melhoras significativas. 
 
7º dia (Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010): O quadro dele foi melhorando a cada hora. Pela manhã notei que ele tinha feito cocô e as fezes dele eram duras. Pelo que li a respeito, depois do quinto dia, o organismo começa a eliminar o vírus através das fezes. Ele já começou a correr até o portão quando meu marido chegava em casa, voltou a pular na gente, e até voltou a dar aquelas mordidas chatas dele, hehehe. Continuei alimentando ele com comida.
8º dia (Quinta-feira, 23 de dezembro de 2010): Fiz mais comida pra ele. Ele estava faminto. Decidi que daria comida e aos poucos, começaria a misturar ração.


Finalmente, ele melhorou.

Essa doença é terrível. Não desejo a ninguém passar por isso. Foram dias pesados, sofridos para nós. Eu só pensava o que seria desse Natal se o Junior morresse. Eu me sentia sobrecarregada, com um aperto no coração que foi passando conforme fui vendo a melhora dele. Eu chorava todos os dias, rezava, pedia a Deus que curasse ele. Sim, cheguei a perder as esperanças mas recuperei pra dar força a ele e ao meu marido. Não sei o que foi que fez o Junior melhorar mas acredito que foi uma série de fatores que contribuiu para isso. Acho que tivemos sorte também. Talvez se tivéssemos esperado mais pra levá-lo ao veterinário,esse blog não existiria.


Meu objetivo quando criei esse blog foi justamente poder divulgar sobre essa terrível doença.

Se você está passando por isso, saiba que seu cão pode se curar, sim. Tudo dependerá da rapidez com que você o levar ao veterinário, de dar os remédios certinho, dar soro, ter fé em Deus e dar carinho a ele, muito carinho. O Junior só recebeu uma dose de vacina aos 60 dias de idade. As outras doses não damos a ele. Acho que por isso ele pegou essa doença terrível.
Agora vamos cuidar dele em dobro.

É fundamental que você mantenha as vacinas de seu cão em dia. Ouvi de alguns veterinários e até em comentários na internet que a vacina nacional (que foi a que demos ao Junior), é como água. Que não faz efeito. Que tem que dar a importada. Você gasta um pouco mais mas se for pensar no sofrimento que é uma doença como essa, vale a pena o dinheiro investido com a prevenção. Há quem diga o contrário, que isso não tem nada a ver mas depois de tudo que passamos, decidi que ele só vai tomar importada daqui pra frente.

Pra mim, o Junior é um campeão porque aguentou toda a dor pra hoje eu poder contar a todos e ajudar outros cachorrinhos e donos que estiverem passando por isso. Não quero nunca mais ter que passar por isso e não desejo essa dor a ninguém.

Ame seu pet! Nunca deixe de demonstrar amor. Tenha paciência com ele, mesmo naquelas horas que dá vontade de esganar hehehe. Eles são crianças. Crianças peludas!!!! Só não conseguem falar mas se você reparar, eles falam através do olhar, de sinais e gestos. Saiba que seu pet, seja gato, cachorro, pássaro... enfim, saiba que ele te ama. E tudo o que ele espera de você é que o ame também.

Beijos a todos que dedicaram um pouco de seu tempo para ler essa história de amor e perseverança com final feliz.

Junior após a doença:

Maio/2011
Maio/2011

Janeiro/ 2012

Amigos leitores, gostaria de pedir um grande favor a todos vocês: por favor, me ajudem a divulgar sobre essa doença, assim poderemos alertar os donos para que seus cães não passem por isso. 
Divulguem esse blog aos seus amigos e conhecidos.
Se você gostou desta postagem, se ajudou você ou te alertou, por favor, divulgue.